"A gente parava de jogar para ver o Dener. Ele realizava grandes jogadas e marcava gols espetaculares. Em um deles, contra o Santos no Canindé, fintou dois ou três adversários, driblou o goleiro Edinho e fez um gol maravilhoso. Ainda tenho fitas em casa com alguns lances geniais dele. Eu procurei me espalhar no Dener. Pena que ele morreu muito jovem. Era um craque" Robinho sobre Dener
"As canelas finas e essa vontade de jogar, de inventar, de ir para cima, só vi no Dener" Emerson Leão (antigo treinador do Santos, agora no Palmeiras) sobre Robinho
Robinho é, indiscutivelmente, um dos grandes talentos do futebol mundial. Após ter brilhado a grande altura no Santos (onde conquistou dois títulos de campeão, em 2002 e 2004), Robinho transferiu-se no início da presente época para o Real Madrid, onde foi presenteado com a famosa camisola 10. Havia algum receio em relação à adaptação do ex-santista ao ritmo mais exigente do futebol europeu mas o primeiro jogo (frente ao Cádiz), dissipou todas as dúvidas: Robinho é craque! Com um futebol baseado em arrancadas velozes e dribles desconcertantes, pensava-se que as influências de Robinho fossem as mais óbvias, como Pelé (até por terem "crescido" no mesmo clube) ou Garrincha. No entanto, o grande ídolo de Robinho foi
Dener. Quem?!
A história de Dener é curta e tem um fim trágico. A 19 de Abril de 1994, Dener faleceu, vítima de um acidente de viação. No entanto, em apenas 3 anos como profissional, deixou marca e legado no futebol brasileiro.
Dener foi um jogador que brilhou a grande altura no início dos anos 90. Destacou-se na Portuguesa dos Desportos (foi o último grande craque do clube) através de um futebol feito de velocidade, habilidade e golos, estilo que agora apreciamos em...Robinho! Era considerado como o jogador mais habilidoso que o Brasil viu surgir após Mané Garrincha.
O impacto de Dener foi tal que, poucos jogos após ter estreado na equipa principal da Lusa (em 1991), foi convocado para a selecção brasileira, treinada na altura por Falcão. Na canarinha haveria de jogar por 11 vezes. Após actuar durante dois anos na Portuguesa, Dener foi emprestado em 1993 ao Grêmio (onde se sagrou campeão gaúcho) e, em 1994 ao Vasco da Gama, o seu último clube. No emblema cruzmaltino actuou durante poucos meses mas o suficiente para se tornar num símbolo do clube e ídolo dos adeptos que lhe dedicavam o seguinte grito de guerra em pleno Maracanã:
"Ê Cafuné, Ê Cafuné.
O Dener é a mistura
do Garrincha com Pelé"
Dener não chegaria a celebrar a vitória no campeonato estadual de 1994 (o Vasco venceu o Fluminense por 2-0 na final, com dois golos de Mário Jardel), perdendo a vida numa avenida do Rio de Janeiro, precisamente na noite em que os dirigentes da Portuguesa (clube que ainda detinha o seu passe) haviam chegado a acordo com os alemães do Estugarda.
A carreira de Dener foi breve mas durou o tempo suficiente para servir de inspiração para muitos jogadores da actualidade. Mesmo para alguns da selecção brasileira. Além de Robinho, também Zé Roberto (actualmente no Bayern e formado na Portuguesa) se declarou fã incondicional do futebol de Dener.